"...não julgueis e não sereis julgados"?
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Podemos ou devemos julgar?
Tem sido cada vez mais comum ouvir pessoas dizendo que não devemos “julgar”: “não julgueis e não sereis julgados” é uma das frases preferidas de pessoas que não gostam de reconhecer erros, ou que tentam justificá-los. Mas afinal de contas o que as escrituras nos ensinam acerca disto? Devemos tolerar em nosso meio membros que se recusam mudar? Devemos fechar os olhos diante do que é errado em nossas igrejas?
MATEUS 7
1 NÃO julgueis, para que não sejais julgados.2 Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós.3 E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho?4 Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu?5 Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão
A palavra usada em Mateus pelo Senhor Jesus Cristo em “não julgueis” é a palavra “krino” do grego que significa – separar, escolher, selecionar, determinar e pronunciar julgamento. Num modo simples e direto o Senhor nos ensina não pronunciar sentença de condenação, principalmente se estivermos nas mesmas condições de quem fizermos juízo. Já na língua portuguesa a palavra “julgar” vem do latim judicare v. tr., decidir como juiz ou árbitro; sentenciar; entender; avaliar; formar juízo; lavrar ou pronunciar sentenças; apreciar; v. int., formar opinião, conceito a respeito de pessoa ou coisa; ajuizar; v. refl., supor-se; crer-se. Fica claro que o que Jesus nos ensina não é deixar de analisar as coisas e sim dar uma sentença condenatória.
Em Mateus 18 o Senhor nos acrescenta algo sobre tal questão:
MATEUS 18
15 Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai, e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste a teu irmão; 16 Mas, se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda a palavra seja confirmada. 17 E, se não as escutar, dize-o à igreja; e, se também não escutar a igreja, considera-o como um gentio e publicano.
Vemos no ensino de nosso Senhor Jesus Cristo que se um irmão comete um erro devemos repreendê-lo, se não nos ouvir, devemos levar o caso para ser analisado por alguns irmãos, caso ainda assim a pessoa não reconheça o erro devemos levar o caso à igreja e se não a escutar devemos o ter por “gentio”.
Em 1 Coríntios 5, o apostolo Paulo esclarece:
11 Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais. 12 Porque, que tenho eu em julgar também os que estão de fora? Não julgais vós os que estão dentro?13 Mas Deus julga os que estão de fora. Tirai pois dentre vós a esse iníquo.
Vemos então que fazia parte da igreja cristã primitiva à excomunhão, ou seja, uma pessoa que persistisse num erro deveria ser removida dentre os membros da igreja e expulso dentre a congregação. Vejamos então 2 Tessalonicenses 3:
6 Mandamo-vos, porém, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que vos aparteis de todo o irmão que anda desordenadamente, e não segundo a tradição que de nós recebeu. 7 Porque vós mesmos sabeis como convém imitar-nos, pois que não nos houvemos desordenadamente entre vós,..
14 Mas, se alguém não obedecer à nossa palavra por esta carta, notai o tal, e não vos mistureis com ele, para que se envergonhe. 15 Todavia não o tenhais como inimigo, mas admoestai-o como irmão.
Outro texto que muitos gostam de usar como justificativa para “condenar” os que aprenderam julgar os fatos pelas escrituras é João 8, O texto narra a historia duma mulher que sendo pega em adultério é levada diante de Jesus...
3 E os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério; 4 E, pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando. 5 E na lei nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes?6 Isto diziam eles, tentando-o, para que tivessem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra. 7 E, como insistissem, perguntando-lhe, endireitou-se, e disse-lhes: Aquele que de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela.8 E, tornando a inclinar-se, escrevia na terra.9 Quando ouviram isto, redargüidos da consciência, saíram um a um, a começar pelos mais velhos até aos últimos; ficou só Jesus e a mulher que estava no meio.10 E, endireitando-se Jesus, e não vendo ninguém mais do que a mulher, disse-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?11 E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais.
O simples fato de Jesus perguntar sobre os que a acusavam e ter tido para que atirasse a primeira pedra o que estivesse sem pecado, e ter tido que não a condenava é argumento para alguns para defenderem a tese de que nenhum tipo de julgamento deve ser feito. Porem deixam de ver que o Senhor falou novamente sobre “condenação”, fica claro que Jesus julgou o caso, e não a condenou; disse ainda: “vai-te, e não peques mais”,
Como foi que as pessoas chegaram à conclusão de que possuíam pecado? Não foi julgando a si mesma? A grande diferença entre “julgar” e “condenar”, como saberemos de alguém é inocente se não fizermos julgamento?
Notem este outro exemplo: 1 coríntios 6:
1 OUSA algum de vós, tendo algum negócio contra outro, ir a juízo perante os injustos, e não perante os santos?2 Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois porventura indignos de julgar as coisas mínimas?3 Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida?4 Então, se tiverdes negócios em juízo, pertencentes a esta vida, pondes para julga-los os que são de menos estima na igreja?5 Para vos envergonhar o digo. Não há, pois, entre vós sábios, nem mesmo um, que possa julgar entre seus irmãos?6 Mas o irmão vai a juízo com o irmão, e isto perante infiéis.7 Na verdade é já realmente uma falta entre vós, terdes demandas uns contra os outros. Por que não sofreis antes a injustiça? Por que não sofreis antes o dano?8 Mas vós mesmos fazeis a injustiça e fazeis o dano, e isto aos irmãos.9 Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus?10 Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus.
Diante dos fatos é preciso entender a diferença dentre julgar e condenar, assim como saber o que as escrituras realmente falam destas coisas, vejamos outros exemplos nas escrituras:
2Cr 19:6 - E disse aos juízes: Vede o que fazeis; porque não julgais da parte do homem, senão da parte do Senhor, e ele está convosco quando julgardes.
Sal 58:1 - ACASO falais vós, deveras, ó congregação, a justiça? Julgais retamente, ó filhos dos homens?
Luc 12:57 - E por que não julgais também por vós mesmos o que é justo?
Joa 8:15 - Vós julgais segundo a carne; eu a ninguém julgo.
Mat 7:1 - NÃO julgueis, para que não sejais julgados.
Luc 6:37 - Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; soltai, e soltar-vos-ão.
Joa 7:24 - Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça.
1Co 4:5 - Portanto, nada julgueis antes de tempo, até que o Senhor venha, o qual também trará à luz as coisas ocultas das trevas, e manifestará os desígnios dos corações; e então cada um receberá de Deus o louvor.
1Re 3:9 - A teu servo, pois, dá um coração entendido para julgar a teu povo, para que prudentemente discirna entre o bem e o mal; porque quem poderia julgar a este teu tão grande povo?
2Cr 1:10 - Dá-me, pois, agora, sabedoria e conhecimento, para que possa sair e entrar perante este povo; pois quem poderia julgar a este tão grande povo?
2Cr 1:11 - Então Deus disse a Salomão: Porquanto houve isto no teu coração, e não pediste riquezas, bens, ou honra, nem a morte dos que te odeiam, nem tampouco pediste muitos dias de vida, mas pediste para ti sabedoria e conhecimento, para poderes julgar a meu povo, sobre o qual te constituí rei,
Joa 8:26 - Muito tenho que dizer e julgar de vós, mas aquele que me enviou é verdadeiro; e o que dele tenho ouvido, isso falo ao mundo...
Há ainda muitas outras citações que poderíamos analisar porem quanto à igreja sigamos os que as escrituras nos ensinam!
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interessante
!
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